quarta-feira, 16 de fevereiro de 2011

Fernando Pessoa

Este homem era um espetáculo! Mas à alguma coisa mais fantástica que um indivíduo ter muitos sujeitos dentro dele próprio? Isto é incrivelmente espetacular! (Haver até à mas isso não interessa nada agora para o caso).

Verdade é que eu já gostava um bocadinho de Fernando Pessoa pelo facto de ele ter uma "inspiração" fora do comum, com isto, não quero dizer que ele não regulava lá muito bem do sistema, muito pelo contrário, é merecedor de grande respeito e consideração pelo simples facto de ter tido uma imaginação e um EU interior capaz de se revelar em tantas personagens diferentges umas das outras e ainda por cima saindo de uma só pessoa.

Para quem possa não saber, eu sou estudante. Estou no 12ºano de Línguas e Humanidades. Como tal, iniciei hoje o estudo de Fernando Pessoa e seus heterónimos. Com isto descobri uma carta que Pessoa escreveu a Adolfo Casais Monteiro, em que tenta explicar os seus heterónimos.

Vou transcrever um parágrafo desta carta que é extremamente interessante:
"A origem dos meus heterónimos é o fundo traço de histeria que existe em mim. Não sei se sou simplesmente histérico, se sou, mais propriamente, um histeroneurastécnico. Tendo para esta segunda hipótese, porque há em mim fenómenos de abulia que histeria, propriamente dita, não enquadra no registo dos seus sintomas. Seja como for, a origem mental dos meus heterónimos está na minha tendência orgânica e constante para a despersonalização e para a simulação. Estes fenómenos - felizmente para mim e para os outros - mentalizaram-se em mim; quero dizer, não se manifestam na minha vida prática, exterior e de contacto com os outros; fazem explosão para dentro e vivo-os eu a sós comigo. Se eu fosse mulher - na mulher os fenómenos histéricos rompem em ataques e coisas parecidas - cada poema da Álvaro de Campos (o mais histéricamente histérico de mim) seria um alarme para a vizinhança. Mas sou homem - e nos homens a histeria assume principalmente aspectos mentais; assim tudo acaba em silêncio e poesia..."

O heterónimo que eu mais gosto de Pessoa é Álvaro de Campos. E nesta mesma carta descobri o porque. Porque "Campos, quando sinto um súbito impulso para escrever e não sei o quê."

2 comentários:

  1. é verdade...demais mesmo.
    acho que ele conseguiu fazer o que muita gente nao consegue...expressar td o seu eu em poemas.
    eu nem a cantar consigo qt mais em poemas!!XD

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